O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última quinta-feira (12/11) um levantamento sobre a Síntese de Indicadores Sociais do Brasil em 2019. De acordo com a pesquisa, a Bahia é detentora do maior número de pessoas abaixo da linha da pobreza do país, com pessoas extremamente pobres e a segunda maior de pobres.
Os percentuais do levantamento indicaram que quatro em cada dez moradores da Bahia, aproximadamente 40,4% da população, estavam abaixo da linha da pobreza. Essas pessoas vivem com renda mínima de R$ 428 por pessoa. E cerca de um a cada dez (12,5%) baianos encontram-se em estado de extrema pobreza, com renda mínima de inferior a R$ 148 por pessoa.
De 2018 para 2019, o percentual de pessoas em condição de extrema pobreza em Salvador aumentou em 4,9% (de 124 mil para 140 mil). Esse aumento também é considerado em comparação ao ano de 2014, quando o índice da pobreza teve queda no estado, com 37,5% da população, o equivalente a 5.446 milhões de pessoas e na capital Salvador com 13,6% ou 379 mil pessoas.
Na listagem de 2019, a Bahia ocupa 11ª posição, com 40,4% da população abaixo da linha de pobreza. Os maiores percentuais são do Maranhão (52,2%), Amazonas (47,4%) e Alagoas (47,2%) e os menores são de Santa Catarina (7,5%), Rio Grande do Sul (11,1%) e Distrito Federal (11,2%).
Como é feito o cálculo
De acordo com o IBGE, o Brasil não tem uma linha oficial de pobreza, então para os levantamentos é usado o critério definido pelo Banco Mundial para países de renda média. Ele leva em conta o acompanhamento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Nesse sistema, a linha oficial de pobreza é de US$ 5,50 por dia conforme o poder de compra. Na definição de extrema pobreza global, o valor limite considerado é de US$ 1,90 diário por pessoa de acordo com o poder de compra. Essas condições estão de acordo com o que é colocado pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1.1 e na missão institucional do Banco Mundial.
Linha da pobreza no Brasil
Em 2019, o país apresentou um percentual de 6,5% da população (13,7 milhões de pessoas) vivendo com renda domiciliar por pessoa abaixo de R$ 151 (valor da linha de pobreza nacional). Por esse ângulo, em números gerais, a quantidade de pessoas extremamente pobres no país não mudou em comparação a 2018, que contava com 13,5 milhões de brasileiros nessa situação.
Em contrapartida, os dados do IBGE mostram que houve uma sutil redução no percentual no índice de brasileiros que estavam abaixo da linha da pobreza. Em 2018 eram 25,3% (52,5 milhões de pessoas), em 2019 foram 24,7% (51,7 milhões de pessoas) que vivem com renda domiciliar per capita inferior a R$ 436, ou seja, abaixo da linha monetário do Banco Mundial.
As pesquisas também mostraram que as populações que vivem abaixo da linha da pobreza no Brasil têm restrição no acesso aos serviços que podem contribuir para uma melhora nas condições de vida. Os principais itens foram: saneamento básico (rede de água, coleta de esgoto e coleta de lixo), educação e acesso à Internet.