Depois de muitas emoções, contestações e confusões, o candidato democrata, Joe Biden, foi eleito presidente dos Estados Unidos. Biden derrotou o então presidente Donald Trump (partido Republicano) que contestou a legitimidade das eleições. Ao todo, ele conseguiu pelo menos 284 delegados, sendo que o mínimo necessário é 270.
Joe Biden será o 46° presidente da história americana, sendo o mais velho de todos os tempos. Com 77 anos e fazendo 78 ainda em novembro de 2020, o presidente eleito já havia sido por duas vezes o vice de Barack Obama, entre 2009 e 2016.
Além disso, pela primeira vez na história, os americanos terão uma vice-presidente. Biden escolheu a senadora democrata Kamala Devi Harris, de 56 anos. Nos EUA, o vice também ocupa a função de presidente do Senado, um cargo muito importante.
Vale ressaltar que a contagem ainda não terminou e só deve terminar no final do mês de novembro. Apesar disso, as projeções matemáticas já dão a vitória ao candidato democrata. Alguns estados como a Geórgia farão recontagem. Trump prometeu levar o resultado à Justiça.
Biden foi eleito de forma apertada
As pesquisas apontavam uma vitória mais folgada de Joe Biden. Todavia, na prática, não foi isso que ocorreu. Trump se destacou ao conseguir obter um grande número de votos dos latinos e vitórias em estados-chave como a Flórida.
O republicano obteve uma grande votação presencial, enquanto o democrata teve ao seu lado os votos antecipados e os que foram enviados pelos correios (ambos permitidos nos Estados Unidos). E, justamente, pela alta demanda de votos por correios, a contagem demorou um pouco mais do que o normal e oficialmente ainda não foi encerrada.
Trump se declarou vitorioso antes da hora
Antes mesmo dos votos terem terminado de serem contados e com muitos estados indefinidos, Trump se declarou vencedor da corrida eleitoral. O presidente chegou a dizer, na madrugada do dia 03 para o dia 04 de novembro, que houve fraudes.
“Isso é uma fraude para o povo americano. Isso é uma vergonha para o nosso país. Estávamos nos preparando para vencer esta eleição. Por direito, vencemos esta eleição”, afirmou, exigindo que a contagem de votos parasse de ser realizada.
Os democratas se disseram ultrajados com as declarações. Joe Biden chegou a comentar que a decisão é do povo e que todo voto precisa ser contabilizado. “Não é minha decisão, nem de Donald Trump, dizer quem ganhou, é uma decisão dos americanos”, apontou.
Trump contestou virada de Biden
Passada a declaração da madrugada, o republicano continuou inquieto com a contagem e os resultados tendendo ao seu adversário. Ao longo do dia 04 de novembro, Trump passou a contestar a virada de Biden nos que são considerados estados-chave. O presidente, novamente, deu a entender que houve fraude durante o processo e sua campanha exigiu recontagem em vários locais onde Biden venceu.
Durante o momento em que declarou vitória antes da hora, o republicano afirmou que irá à Justiça se preciso. “Queremos que a lei seja usada de maneira adequada, por isso iremos ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos. Queremos que todas as votações parem. Não queremos que eles encontrem cédulas às quatro da manhã e as adicionem à lista”, disse.
É válido ressaltar que muitos estados permitem a contagem de votos mesmo após o dia 03 de novembro, ao contrário do que Trump prega. A Pensilvânia por exemplo, permite a chegada de novas cédulas vindas dos correios até o dia 06 de novembro, enquanto na Carolina do Norte o prazo é o dia 12 do mesmo mês.
Qual a explicação da “virada” de Biden?
Por causa da pandemia provocada pelo novo coronavírus, muitos americanos decidiram votar por correios. Como informado, por lá é permitido este tipo de votação. O partido democrata incentivou o seu eleitorado a fazer esse tipo de voto.
Por causa disso, em muitos locais os votos para Trump passaram a ser contados, enquanto as correspondências com as indicações para Joe Biden ainda não chegavam. No final, os votos por correios passaram a entrar em cena, dando uma larga vantagem ao democrata, o fazendo ganhar em muitos locais.
Eleição americana não é direta
Ao contrário do Brasil, as eleições americanas não são diretas e é possível que o candidato com a menor quantidade de votos vença. Isso ocorreu em 2012, quando o próprio Donald Trump teve três milhões de votos a menos que Hillary Clinton, mas conseguiu um maior número de delegados nos estados-chave.
Por lá, é preciso que o candidato vença os estados, sendo que cada um possui um “peso” diferente. Ao vencer o estado, o candidato ganha os seus delegados, espécie de representantes do povo. A Califórnia é o mais forte, com 55 delegados.
Ao todo, na eleição, são 538 delegados “em jogo” espalhados por 50 estados e o Distrito de Columbia. Por isso, é importante ganhar nos estados-chave, ou seja, aqueles com grande número de votos e que não costumam ter preferência partidária.
Outro ponto importante é que, nos Estados Unidos, cada estado tem uma regra. Alguns permitem que o eleitor se registre para votar no dia da eleição. Outros podem começar a votação de forma antecipada. Até mesmo a contagem dos votos é diferente. Alguns fazem de forma manual e há aqueles que utilizam computadores.