Nesta quinta-feira (15), o senador Chico Rodrigues foi exonerado da sua posição de vice-liderança do governo após ser pego com dinheiro na cueca. Na quarta-feira (14), a Polícia Federal realizou uma operação na casa do parlamentar acerca de desvio de recursos públicos voltados para o enfrentamento da COVID-19. A demissão de Rodrigues foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). No entanto, ainda não há um substituto.
Em conversa com seus apoiadores, Bolsonaro disse que estava orgulhoso da operação da PF e que em seu governo não há corrupção. “Parte da imprensa me acusando do cara ser meu amigo, eu coloquei como vice-líder e que eu não combato a corrupção. Vamos deixar bem claro, essa operação da Polícia Federal de ontem, como metade das operações, foi em conjunto com Controladoria-Geral da União. Ou seja, nós estamos combatendo a corrupção. Não interessa quem seja a pessoa suspeita”, afirmou o presidente.
No total, R$ 30 mil foram encontrados na casa de Chico Rodrigues. Inclusive algumas cédulas estavam entre as nádegas do senador. O dinheiro foi apreendido e em o parlamentar foi exonerado em despacho: “Nos termos do art. 66-A do Regimento Interno dessa Casa do Congresso Nacional, em atenção ao pedido do Senhor Senador Francisco de Assis Rodrigues, solicito providências para a sua dispensa da função de Vice-Líder do Governo no Senado Federal”.
Reações à exoneração de Chico Rodrigues
Antes que a demissão fosse publicada, aliados enviaram mensagens a Rodrigues o aconselhando a sair de seu cargo. O vice-presidente Hamilton Mourão concordou e que defendeu a saída do parlamentar. “Eu acho que seria bom ele [sair] voluntariamente, até para ele poder se defender das acusações que tem de forma mais livre”, declarou.
Apesar das acusações, o senador exonerado afirmou que irá provar não ter se envolvido em nenhum ato ilícito. “Estou tranquilo com o fato ocorrido hoje em minha residência em Boa Vista, capital de Roraima. A Polícia Federal cumpriu sua parte em fazer buscas em uma investigação na qual meu nome foi citado”, afirmou.
Em sua defesa, ele disse que “tenho um passado limpo e uma vida decente. Nunca me envolvi em escândalos de nenhum porte. Se houve processos contra minha pessoa no passado, foram provados na Justiça que sou inocente. Na vida pública é assim, e, ao logo dos meus 30 anos dentro da política, conheci muita gente mal intencionada com o intuito de macular minha imagem, ainda mais em um período eleitoral conturbado, como está sendo o pleito em nossa capital”.
Sete mandados de busca e apreensão foram expedidos em Boa Vista pelo ministro Roberto Barroso, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal. Entre eles, estava o documento para realizar a procura na casa de Rodrigues.