Para viajar ao espaço, os astronautas da Agência Espacial Norte Americana (NASA) – e de outras agências espaciais – usam os chamados trajes espaciais. Esses trajes vão muito além de ser apenas uma vestimenta, porque eles servem para proteger o corpo dos astronautas durante as atividades realizadas fora das naves e das estações.
Sem esses trajes, o corpo dos astronautas se despedaçaria ao ser atraído pelo vácuo quase absoluto do espaço. Para proteger esses profissionais, essas vestimentas contam com equipamentos e sistemas ambientais fabricados com tecnologia de ponta. Mas como essa proteção se dá na prática? Como funciona todo esse complexo que são os trajes espaciais dos astronautas? O Tudo Bahia te responde logo abaixo.
Como funcionam os trajes espaciais dos astronautas da NASA?
Para entender o funcionamento dos trajes espaciais, é preciso conhecer os tipos dessas vestimentas. Basicamente existem dois tipos de trajes espaciais. Cada um deles é destinado a uma tarefa específica. Conheça, a seguir, cada tipo e o seu funcionamento.
Traje espacial IVA
Ele é voltado para a atividade intraveicular, ou seja, dentro da espaçonave, sendo, portanto, mais leve e confortável. Esse traje é utilizado normalmente pela tripulação durante as decolagens e pousos, com o objetivo de proteger os astronautas de uma despressurização durante os momentos críticos do voo espacial. Os trajes espaciais IVA são mais simples.
Traje espacial EMU (Unidade de Mobilidade Extraveicular)
Esse é o famoso traje espacial do astronauta. Ele é voltado para quando os astronautas se expõem às condições inóspitas do espaço ou quando precisam realizar consertos externos em sondas espaciais ou na própria espaçonave.
Esse traje funciona como uma espaçonave individual e em miniatura, que protege o corpo da tripulação da radiação espacial, da poeira lunar e de temperaturas extremas. O traje espacial EMU ainda oferece água e oxigênio para os astronautas.
A EMU cria uma atmosfera pressurizada adequada para a tripulação. Ela ainda oferece uma temperatura confortável ao corpo humano. Dentro dela, a pressão fica em torno de 0,29 atm, ou seja, um terço da pressão atmosférica terrestre.
Além disso, dentro da EMU, o astronauta respira oxigênio 100%, diferente do que ocorre na Terra, já que, em nosso planeta, nós respiramos 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases. Por esse motivo, é que a tripulação passa pela chamada pré-respiração, momento que antecede à saída da nave ou da Estação Espacial para entrar no traje espacial EMU.
Por todas essas funções, o traje EMU é muito mais complexo do que o traje espacial IVA. Para se ter uma ideia da sua complexidade, os astronautas levam 40 minutos para vestir a EMU. Para construí-la, é preciso seguir 25 passos e desembolsar mais de US$ 12 milhões. O traje EMU pesa 125 kg.
Evolução dos trajes espaciais da NASA
Para chegar aos atuais trajes espaciais, ao longo dos anos, a NASA desenvolveu algumas vestimentas até chegar a um modelo que fosse ideal para proteger os astronautas e também para permitir a esses profissionais exercer seu trabalho de forma segura e confortável.
Os primeiros trajes surgiram no fim da década de 1950 e início dos anos 1960, criados para o Projeto Mercury, da NASA. Esse projeto foi o primeiro passo dado pelos Estados Unidos nos voos espaciais. Na época, esses trajes foram produzidos sob a inspiração dos trajes pressurizados usados pelos pilotos da Marinha norte-americana.
Em seguida, um novo traje espacial foi feito, com uma tecnologia mais avançada do que o anterior. Dessa vez, a vestimenta foi produzida para o Projeto Gemini. Logo depois, para o programa Apollo, a NASA novamente produziu um novo traje. Ele foi feito para proteger os astronautas contra as temperaturas extremas e a exposição à radiação do Sol, enquanto estavam na superfície da Lua.
Mais recentemente, a NASA anunciou novos trajes para as missões espaciais. As novas vestimentas irão substituir os atuais trajes que estão sendo usados há 40 anos. A expectativa é que os novos trajes espaciais fiquem prontos em 2025. Eles serão usados na Estação Espacial Internacional (ISS), no programa Artemis.