Houve um tempo em que era comum que médicos recomendassem tabaco a pacientes estressados. O cigarro já foi tão presente em nossa sociedade que até aviões tinham cinzeiros acoplados às poltronas, para que os passageiros fumassem durante o voo.
Com o passar dos anos, várias pesquisas revelaram que o cigarro é rico em substâncias tóxicas e cancerígenas, que prejudicam o funcionamento de todo o corpo, mas especialmente dos pulmões.
Por isso, a recomendação atual é a de nunca experimentar o primeiro cigarro e, em casos de tabagismo, buscar meios de largar o vício enquanto antes.
Depois que a pessoa se torna ex-fumante, é possível perceber diferenças básicas no corpo, como o paladar, que fica mais apurado, e a disposição, que volta aos poucos. Mas e os pulmões? Será que eles ficam saudáveis novamente?
Como é o pulmão de um ex-fumante?
Largar o hábito de fumar é uma escolha certa e inteligente, que promove benefícios para a saúde e o bem-estar do ex-fumante em poucos meses.
Infelizmente, os danos causados nos pulmões são considerados irreversíveis. Um estudo publicado no The Lancet mostra que a função pulmonar, que é a quantidade de ar que uma pessoa consegue respirar, é muito menor em um ex-fumante do que em uma pessoa que não fuma.
Além disso, os pulmões de ex-fumantes sofrem mudanças anatômicas que continuam existindo mesmo depois de anos de abandono do vício.
Essa pesquisa foi longa, feita entre 1983 e 2014, com mais de 25 mil voluntários com idades entre 17 e 93 anos. Todos os participantes fizeram exames de espirometria, que mede a capacidade pulmonar.
Os resultados revelaram que, em média, a diminuição da função pulmonar de um indivíduo de 50 anos e que nunca fumou é de 31,01 mL/ano. A de um ex-fumante é de 34,97 mL/ano e a de quem ainda fuma é de 39,92 mL/ano.
Como parar de fumar?
Ainda que o pulmão não volte ao seu estado normal depois que a pessoa deixa de fumar, a verdade é que abandonar o vício ainda é a melhor saída.
A nicotina, presente no cigarro, é uma das principais responsáveis pela transformação do hábito em vício, por isso é tão difícil parar de fumar.
A recomendação inicial é a de parar de fumar e mudar hábitos de vida, ou seja: tomar bastante água, comer alimentos saudáveis e praticar atividades físicas. Além disso, o tratamento psicoterapêutico e psiquiátrico também ajuda.
O importante é tentar e não desistir, pois, depois das duas primeiras semanas sem cigarro, a vontade de fumar fica cada vez menor.