Os quilombolas são descendentes e remanescentes de comunidades formadas por negros escravizados que conseguiram fugir do regime escravocrata, entre o século XVI e o ano de 1888, no Brasil. Muitos acham que essas comunidades são típicas de épocas remotas, mas ainda há muitos quilombolas no Brasil.
Atualmente, as comunidades quilombolas estão presentes em todo o território brasileiro, e nelas estão uma rica cultura, baseada na ancestralidade negra, indígena e branca.
As pessoas associam, na maioria das vezes, os quilombos a algo restrito do passado, que teria desaparecido do país com o fim da escravidão. Segundo levantamento realizado pela Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura, há 3.524 dessas comunidades.
De acordo com outras fontes, no entanto, o número total de comunidades remanescentes de quilombos pode chegar a cinco mil.
Quilombolas: o que são essas comunidades?
Quilombo é a comunidade constituída por negros escravizados que resistiram ao regime escravocrata que vigorou no Brasil até meados de 1888. Os quilombos foram constituídos pela diversidade de processos, que incluíram as fugas para terras livres e isoladas.
As características marcantes do quilombo eram a resistência e a conquista pela autonomia. Sua formação representou o movimento de transição da condição de escravizado para um camponês livre.
Assim, mesmo após o fim da escravidão, os quilombos continuaram existindo. Tais comunidades são encontradas em países, como Brasil, Colômbia, Equador, Suriname, Honduras, Belize e Nicarágua.
As comunidades remanescentes de quilombo são grupos sociais, onde a identidade étnica se distingue do restante da sociedade. A identidade étnica de um grupo é a base para realizar sua organização, relação com os demais grupos e de sua ação política.
A maneira como os grupos sociais definem a própria identidade é resultado de uma confluência de fatores, como ancestralidade comum, formas de organização política e social a elementos linguísticos e religiosos.
Somente em 1988, 100 anos após a abolição da escravidão, a Constituição Federal Brasileira reconheceu, pela primeira vez, a existência e os direitos dos quilombos contemporâneos.
Dessa maneira, a Constituição Federal de 1988 assegurou, às comunidades descendentes de quilombos, o direito à propriedade de seus territórios coletivos. No entanto, a efetivação do direito às terras representa até os dias atuais um grande desafio.