Sempre que uma nova doença viral é anunciada, tendemos a entrar em desespero e acreditar em tudo o que aparece a respeito do tema. Com a nova gripe do tomate, não seria diferente.
Tudo começou com uma publicação feita por pesquisadores indianos na revista Lancet Respiratory Medicine que, no dia 17 de agosto, divulgaram a existência de um surto de uma doença infecciosa aguda.
Chamada de “gripe do tomate” ou “febre do tomate”, a doença infecciosa afetou aproximadamente 100 crianças, que apresentaram lesões dermatológicas avermelhadas e sintomas típicos gripais, como tosse, dores no corpo, febre e coriza.
Gripe do tomate: novo vírus?
Ainda que a doença tenha sido tratada como nova, a verdade é que os pesquisadores não conseguiram identificar novos vírus responsáveis pelos sintomas.
Dois dias após a primeira publicação, no dia 19 de agosto, o periódico britânico Journal of Pediatric Infectious Diseases divulgou um estudo de caso, envolvendo duas crianças que, depois de estarem na Índia, voltaram ao país com os sintomas clássicos da nova “gripe do tomate”.
Um levantamento a respeito da carga viral presente nessas crianças identificou o vírus Coxsackie A16, velho conhecido dos pediatras, das mães e dos pais de crianças pequenas. É ele o responsável pela Doença Mão-Pé-Boca.
Ao que tudo indica, é possível que não exista nenhum vírus novo, mas sim uma manifestação diferente de uma doença típica de crianças pequenas e em pessoas imunossuprimidas.
A “gripe do tomate” parece ser uma doença autolimitada, o que significa que se resolve sozinha, sem a necessidade de medicamentos.
Os sintomas clássicos incluem:
- Náusea;
- Fadiga;
- Febre;
- Vômitos;
- Dores no corpo;
- Dores nas articulações;
- Desidratação;
- Inchaço.
São sintomas semelhantes aos de doenças virais e também da dengue, chikungunya e catapora. A única forma de diagnóstico é através de exames sorológicos que descartem a existência de outras doenças.
O tratamento é feito com a ingestão de bastante água, descanso, isolamento (de 5 a 7 dias) e compressas nas áreas irritadas. Assim como no caso da Doença Pé-Mão-Boca, o banho de aveia é uma forma de aliviar a coceira e a irritação da pele.
A melhor maneira de evitar o contágio é manter a boa higiene das mãos, dos objetos e do ambiente das crianças.