A ficção está repleta de filmes sobre Marte, o que demonstra um grande interesse nesse nosso vizinho vermelho. Mas não apenas os estúdios de cinema investem em criar imagens desse planeta, afinal diversos estudos e missões científicas almejam criar novas perspectivas e visões sobre o Planeta Vermelho.
Em um exemplo desse esforço, a sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) — através da sua “Experiência em imagens de alta resolução”(HiRISE) —, utilizando diversos instrumentos a bordo, conseguiu realizar imagens em 3D inéditas da região de Nili Patera, que é coberta por dunas de areia.
Isso foi feito porque diversos cientistas querem compreender como essas dunas se desenvolvem. Já se sabe que elas se modificam com o movimento do vento, porque isso cria ondulações na encosta, fazendo com que grãos de areia subam por um lado da formação e, quando chegam no topo, caem através da encosta mais íngreme e curta.
Por que é tão importante esse estudo?
Os pesquisadores se dedicam há muito tempo a compreender as mudanças das dunas de Nili Pandera. Um exemplo disso é um trabalho de 2012, cujo resultado demonstrou que, em apenas 105 dias, algumas formações se moveram por incríveis 4,5 metros.
Alguns membros da equipe da MRO afirmam que o interesse nessas dunas decorre do fato de que a movimentação da superfície poderia trazer informações sobre bioassinaturas, que dificilmente viriam da mera análise de materiais estáticos (muito mais propensos a ficarem saturados de radiação ultravioleta e/ou gama).
Assim, olhar essas dunas faz parte do esforço contínuo realizado pela humanidade na busca por vida em Marte.
Além da busca por vida (seja atual ou passada), a região de Nili Pandera apresenta quantidades interessantes de dacite e lava de basalto. Como esses materiais decorrem de atividade vulcânica (o que é raro no planeta vermelho), o ambiente gera uma curiosidade extra.