E aí, toparia uma viagem só de ida para Plutão? Descobertas recentes da NASA revelam novas características do planeta anão. Ainda não há fortes indícios de vida no astro, mas imagens capturadas pela missão New Horizons revelam uma surpresa: vulcões de gelo.
Apesar da visualização recente, o registro é de um sobrevoo do planeta anão e suas luas em julho de 2015. A novidade coloca em xeque quase tudo o que os cientistas conhecem sobre Plutão.
Os vulcões estão em uma região acidentada de Plutão que não se parece com nenhuma outra parte do planeta ou do próprio sistema solar. As formações são enormes e ocupam a parte sudoeste da camada de gelo Sputnik Planitia, cujo diâmetro é de 1.000 km.
No local, o solo é muito irregular e está cheio de cúpulas vulcânicas. Essas rupturas têm cerca de 4 a 7 quilômetros de altura e 150 a 225 km de largura. Os vulcões de Plutão são semelhantes em volume ao vulcão Mauna Loa, no Havaí, um dos maiores da Terra.
Uma curiosidade é que a área não possui crateras de impacto que podem ser vistas na superfície do planeta, o que sugere que os vulcões estavam ativos há pouco tempo. A falta dessa formação também sugestiona que o interior de Plutão tem mais calor residual do que o esperado.
Tendo em vista que Plutão já teve um oceano subterrâneo, encontrar esses vulcões de gelo dá a entender que ainda existe água por lá, e ela pode estar próxima da superfície.
Até os anos 2000, aprendemos que o sistema solar era composto por nove planetas, e o mais distante deles era Plutão. Porém, em 2006, a União Astronômica Internacional mudou-o de categoria e ele passou a ser considerado um planeta anão.
Hoje, sabe-se que Plutão é um dos muitos objetos congelados que orbitam longe do sol, com temperatura média de 232 ºC negativos.
Com a nova descoberta e o fomento da ideia de que Plutão tem um interior mais quente do que se pensava, são formuladas novas teorias. Os cientistas envolvidos na descoberta defendem o envio de uma nova expedição ao planeta anão, a fim de avaliar diretamente suas potencialidades.