Há 225 anos, em 14 de maio de 1796, o médico rural inglês Edward Jenner criou a primeira vacina do mundo, capaz de combater um dos piores vírus, o causador da varíola. Ele conseguiu produzir o medicamento capaz de combater a doença, usando o vírus de uma doença adquirida da vaca, que provocava lesões muito similares à varíola.
Naquele período, a doença era uma profunda ameaça à humanidade e a batalha contra ela vinha sendo travada há séculos. O seu sintoma principal era o aparecimento de feridas no corpo, semelhantes a bolhas com pus que apareciam na pele.
No entanto, esse sintoma não aparecia em mulheres que ordenhavam vacas na Inglaterra, mesmo sendo a varíola recorrente em grande parte da população. Tal fato foi observado pelos cientistas da época e também por Jenner.
Com isso, e acreditando que as ordenhadoras que haviam adquirido das vacas uma doença semelhante, porém mais leve, estavam protegidas contra varíola, Jenner fez um experimento ousado e que seria considerado antiético nos dias atuais: ele retirou a substância presente na lesão de uma dessas mulheres e inoculou em uma criança de 8 anos, James Phipps, que era filho de seu jardineiro.
Após o período de seis semanas dessa inoculação, ele inseriu no outro braço da criança o próprio vírus da varíola e constatou que o garoto não adquiriu a doença. Com isso, o médico repetiu os testes e, em dois anos, apresentou resultados em 21 testes diferentes.
Em 1800, o processo foi batizado de “vacinação”, em referência a ser derivado da “vaca”.
Como a vacina chegou ao Brasil
No ano de 1859, dois membros da Comissão Subsidiária de Trabalhos Históricos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Joaquim de Macedo e Joaquim de Souza Silva, prepararam um “Parecer sobre a introdução da vacina no Brasil”.
A tarefa havia partido do Ministério dos Negócios do Império, por ordem do imperador Dom Pedro II. O parecer tinha o objetivo de esclarecer quem de fato havia introduzido a vacina no Brasil, objeto de discórdia entre o filho do Marquês de Barbacena e o filho do cirurgião Francisco Mendes Ribeiro de Vasconcelos.
Com a realização do parecer, chegou-se a conclusão de que o mérito pertencia ao Marquês de Barbacena. O documento explica que Francisco Mendes praticava a inoculação, ou seja, introduzia na pele material contaminado com o vírus, uma técnica altamente perigosa.
Enquanto isso, o marquês utilizava de fato a técnica criada por Edward Jenner. A vacina foi trazida de Portugal para o Brasil, sendo colocada em prática na Bahia.