Não se parece em nada com o som que ecoa no nosso planeta através dos pássaros, plantas, quedas d’água e nem possui a genialidade da produção de um som feito pela mente pensante do homem, como na 9ª Sinfonia de Beethoven. Entretanto, o espaço emite som e a agência espacial americana, Nasa, conseguiu captá-lo mesmo no vácuo onde o som não propaga.
Pode parecer meio paradoxal, mas vamos explicar como a sonda Juno captou cerca de 50 segundos de áudio da Ganimedes, maior lua de Júpiter. Na verdade, o som não se propaga no vácuo, isso sabemos. Para conseguir transformar a emissão de ondas ao passar pelo planeta em som, a sonda possui uma ferramenta que faz a recompilação em que mede as ondas eletromagnéticas produzidas no entorno do planeta.
Uma pessoa estando em Júpiter não ouviria esse som que ouvimos. Como já adiantamos o som não propaga, assim como uma pessoa conversar verbalmente no espaço com outra no vácuo não é possível. Através das ondas que foram capazes de serem “traduzidas” sonoramente em cerca de 50 segundos, é possível perceber o emaranhado de frequências que se associam e mudam no meio rapidamente devido à entrada em outra magnetosfera de Ganimedes.
A sonda chegou muito próxima do planeta, a uma distância de 1.038 quilômetros de Ganimedes e numa velocidade de 67 mil quilômetros por hora. Entre os muitos objetivos da missão Juno no planeta, que é 1.300 maior que a Terra, está a coleta de dados, sobretudo, sobre a origem.
A Juno conseguiu captar imagens de dentro do anel do planeta, mapeou seu campo magnético e captou detalhes de sua atmosfera. Os sons que foram captados e recompilados foram objeto de discussões na American Geophysical Union Fall Meeting onde, igualmente, foram apresentados.