Foi aprovado nos Estados Unidos o primeiro teste de saliva para diagnosticar o novo coronavírus. A FDA, Food and Drug Administration, que é a agência que regulamenta alimentos e remédios no país, foi a responsável por analisar o teste e aprová-lo.
Desde o mês passado, o governo americano já havia autorizado o teste desenvolvido por pesquisadores da Universidade Rutgers. A partir daí, um parceiro do setor privado, a Vault Health, começou a fazer o produto em maior escala e a vendê-lo. As informações são de que o laboratório já possui 10.000 testes disponíveis para serem enviados aos estados do país.
Acredita-se que Vault Health tenha capacidade para desenvolver pelo menos 10 mil novos testes diariamente, sendo que a empresa já está estudando a possibilidade de aumentar essa produção para 50.000 unidades por dia.
O kit de coleta pronto será vendido por US $ 150 e qualquer pessoa com receita médica pode adquiri-lo. Apesar disso, para fazer uso, o paciente deve estar em videochamada com algum profissional de saúde.
Após a coleta, o material deve ser enviado para o laboratório em Rutgers dentro de 48 horas. A cada semana, milhares de teste de saliva serão analisados. Se o resultado der positivo, todo o procedimento necessário para tratar o paciente da COVID-19 será realizado.
No Brasil, pesquisadores estão desenvolvendo testes rápidos
No estado de São Paulo, pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) estão trabalhando em um dispositivo que possa identificar a COVID-19 em pacientes e ambientes contaminados. A ideia é que um sensor eletroquímico identifique pelo menos três sequências do genoma do vírus — e o teste de saliva será o meio utilizado para isso. O objetivo desse teste é criar uma metodologia simples e de baixo custo para o diagnóstico do novo coronavírus.
Segundo Ronaldo Censi Faria, pesquisador do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da UFSCar, o teste de saliva possui quatro chips sensores programados para identificar pedaços do RNA do vírus. Por isso, o sensor terá como identificar, de forma imediata, por meio de ponto de luz, se o paciente está infectado.
Esse sensor é uma adaptação de outro criado em 2017 para a detecção de biomarcadores da doença de Alzheimer, que obteve bons resultados. Apesar dos estudos avançados, ainda não há previsão para que o dispositivo seja comercializado.