O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), se reuniu com o vice-presidente Hamilton Mourão na última segunda-feira (20/04). Na ocasião, o parlamentar amazonense exigiu aparelhos hospitalares e medicamentos para enfrentar a pandemia da COVID-19.
Isso porque Manaus vem passando por um extremo estado de calamidade pública, conforme Virgílio informou para a Folha de S. Paulo. Até o momento, os números oficiais mostram que a cidade alcançou 1.809 casos e 163 mortes pelo novo coronavírus.
“Não fui criado sob essa lógica do ‘homem não chora’. Nessa crise, tem acontecido isso. Às vezes, consigo controlar. Não que precisasse controlar. Muitas vezes, não consigo”, desabafou à Folha ao contar os detalhes sobre a reunião com o vice-presidente da República.
Conversa entre o prefeito de Manaus e Hamilton Mourão
De acordo com o prefeito de Manaus, algumas coisas ‘precisavam’ ser evidenciadas durante a reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão. Arthur Virgílio, além de solicitar mais aparelhos de tomografia e profissionais treinados para combater a COVID-19, também fez questão de desferir críticas ao atual governo brasileiro.
“Algumas coisas precisavam ser ditas durante a reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão, para deixar clara a grave situação que vive a cidade de Manaus. Neste momento, minha atenção está direcionada em livrar o meu povo da COVID-19”, comentou. Dessa maneira, o prefeito de Manaus criticou veementemente a participação de Jair Bolsonaro em manifestações que pediam a volta da ditadura.
“Não podia deixar de condenar o presidente participar de um comício, aglomerando, e ainda por cima tecendo loas a essa coisa absurda que foi o AI-5. Cassou meu pai, cassou Mário Covas, pessoas acima de quaisquer suspeitas, e que serviam o país”, contou.
Postura de Bolsonaro frente à pandemia
Arthur Virgílio condenou a postura de Bolsonaro no momento de calamidade pública. “É de extremo mau gosto o presidente participar de um comício, insistentemente contrariando a Organização Mundial da Saúde e os esforços que fazem governadores e prefeitos”, afirmou. “Bolsonaro toca diariamente nas minhas feridas.”
De acordo com sua conta no Twitter, o prefeito de Manaus também comentou sobre a reunião e alertou que, somente no domingo (19/04), 17% das pessoas sepultadas no cemitério de Manaus ‘morreram em casa’.