De acordo com Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o auxílio emergencial é possível em 2021. A fala foi feita em entrevista a IstoÉ e, segundo ele, as centrais sindicais já estão articulando junto ao Congresso Nacional uma extensão do benefício.
Para Nobre, o auxílio não é caro e cabe sim no orçamento do Governo Federal. O sindicalista ainda afirmou que deixar o Brasil entrar em crise será muito pior para economia do que prorrogar o auxílio emergencial.
Congresso discute se auxílio emergencial é possível em 2021
O auxílio emergencial foi uma medida do Governo Federal para conter a crise causada pela pandemia de COVID-19. Destinado aos profissionais autônomos, o benefício começou no mês de abril de 2020, com 5 parcelas de R$600, e terminou em dezembro após 4 parcelas de R$300.
Agora, as centrais trabalhistas estão se articulando junto aos candidatos à presidência da Câmara, os deputados Arthur Lira (Progressistas) e Baleia Rossi (MDB) e aos candidatos ao comando do Senado, que ainda não estão definidos.
Segundo o presidente da CUT, as reuniões com as casas do Congresso Nacional são esperadas para essa semana. Para Nobre, o Brasil teria “sofrido uma crise sem precedentes” em 2020 se o auxílio emergencial não tivesse sido feito.
Outros países estão auxiliando os mais pobres
Ainda de acordo com a fala do presidente da Central Única dos Trabalhadores, outros países estão colocando seus cidadãos mais vulneráveis no centro de suas políticas. No Brasil, o Governo decidiu respeitar o teto de gastos em 2021 e acabar com o estado de calamidade pública em 2020.
“Não tem nenhum país que está se deixando levar por teto de gastos porque estamos em uma situação muito atípica”, disse Sérgio Nobre. Neste momento, os sindicatos estão se articulando para pressionar que o Governo faça o auxílio emergencial possível em 2021.
Além disso, o movimento trabalhista está pressionando os governantes para que se crie um plano de auxílio aos cidadãos mais vulneráveis e para micro e pequenas empresas. “Na nossa avaliação, acabar com o auxílio emergencial é um equívoco, com o desemprego do tamanho que está se desenhando”, disse Nobre.
Segundo ele, com a alta do desemprego, que de acordo com previsões de economistas pode chegar a 17% no país em 2021, a população pode chegar ao desespero e “acabar invadindo supermercados”.
Na última terça-feira, 5 de janeiro de 2021, as lideranças sindicais se posicionaram a favor da vacinação o mais rápido possível e da extensão do auxílio emergencial por meio de videoconferência.