A diretora do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, afirmou que o fim do auxílio emergencial antes da hora pode prejudicar o país ao deixar os mais pobres em situação vulnerável.
“Não estamos fora de perigo ainda. A pandemia não acabou, a crise de saúde não acabou e, por isso, recomendamos aos países que mantenham apoios mais direcionados para as pessoas mais vulneráveis”, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Além do Brasil, segundo Georgieva, Argentina, México e Colômbia estão em situação delicada, onde é preciso que o Estado faça intervenções para ajudar as pessoas mais pobres. Distribuição de renda como o auxílio emergencial, é vista como algo essencial.
A diretora ainda alertou que o início de vacinação nos países mais ricos não pode criar ilusões nos emergentes e mais pobres. O cenário global só irá melhorar quando uma grande parcela do mundo tiver imunizada e as nações tiverem planos de retomada econômica.
Governo não quer renovar o auxílio emergencial
Apesar do apelo da diretora do FMI, o governo brasileiro não possui planos de renovar o auxílio emergencial. No dia 01 de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que uma renovação do benefício seria um caminho certo para o insucesso.
“Alguns querem perpetuar tais benefícios. Ninguém vive dessa forma. É o caminho certo para o insucesso e temos que ter a coragem de tomar decisões”, disse Bolsonaro em visita ao município de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Senador propõe extensão até março de 2021
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) propôs uma nova prorrogação do auxílio emergencial, com três pagamentos de R$ 300 até o dia 31 de março de 2021. O Projeto de Lei (PL) n° 5.495/2020 já está no Senado, mas aguarda apreciação dos parlamentares.
As regras da nova extensão seriam muito semelhantes às do auxílio emergencial residual, com mâes solteiras recebendo R$ 600.
“A aprovação do auxílio emergencial foi um passo correto e essencial para darmos uma primeira resposta à crise que a pandemia acarreta, mas, para combatermos os prejuízos econômicos que se estendem, faz-se necessário prorrogar o prazo inicialmente previsto para o auxílio”, defendeu o senador no texto da proposta.