Durante um discurso gravado para a Conferência de Montreal do Fórum Internacional das Américas, Paulo Guedes falou que até o fim do ano o Brasil irá acabar com o auxílio emergencial. Isso se daria porque, segundo o ministro, agora o governo vai concentrar seu orçamento em vacinas.
Foco do orçamento em vacinas
Para ele, a economia brasileira já está em recuperação e a agenda já pode ser voltada para reformas estruturais. Além disso, o chefe da economia diz que não existe uma segunda onda de COVID-19 no país e que muito em breve será apresentado, pelo Governo Federal, um plano de imunização (que já foi lançado nesta quarta-feira, dia 16 de dezembro).
Empregos no Brasil
Durante sua fala, Paulo Guedes ainda citou a probabilidade de que 2020 termine com um número positivo na taxa de empregos no Brasil. O Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados deve fechar o ano em 0, por conta da criação líquida de cerca de 1 milhão de vagas formais, no período de julho a outubro, o que teria recuperado a perda de 1,2 milhão empregos nos meses iniciais da pandemia (março, abril e maio).
Na última sexta-feira, dia 11, o ministro já havia citado os mesmos dados durante participação em um seminário. “Isso nenhum país conseguiu fazer. Nós criamos nos últimos quatro meses um milhão de empregos. Em um tempo de pandemia, não poderíamos ficar presos em uma legislação obsoleta que nos condenaria a um desemprego em massa”, disse na ocasião.
Segundo o ministro, a economia cresceu em 7,7% no terceiro trimestre, após uma queda de 9,6% no segundo. Ele também falou sobre a aprovação da autonomia do Banco Central, que está em discussão no Senado.
“Criamos um auxílio para as pessoas invisíveis durante a pandemia e elas gastam 100% disso”, declarou o ministro se referindo ao impedimento do aumento transitório de preços de alimentos e ao número crescente de vendas de materiais de construção.
Agenda de reformas
Guedes ainda disse que mesmo com o foco nas medidas econômicas emergenciais, a agenda de reformas não foi esquecida. Ele voltou a citar os marcos regulatórios – como a lei do gás e um projeto que incentiva a cabotagem (navegar sem perder a costa de vista) – que devem ser levados para frente no próximo ano.
“Essa recuperação cíclica vai se tornar em crescimento sustentável em 2021, baseado em investimentos. Vamos acelerar a acelerar as privatizações e o investimento privado vai crescer. Estamos abrindo economia para investimento estrangeiro e recuperando internamente a dinâmica de crescimento.”