Nesta quarta-feira, 02 de dezembro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dar declarações sobre a vacina contra a COVID-19. Ele disse que não poderá ser cobrado caso ocorram efeitos colaterais ou outro problema por conta da imunização. Bolsonaro ainda disse que mostrará para a população tudo que estiver no contrato quando for comprar a vacina de alguma empresa.
“Cada empresa tem a sua vacina. Vamos supor que numa das cláusulas da vacina que eu vou comprar a gente vai ter que ver o que eles oferecem. Vamos supor que lá no meio está escrito o seguinte: nos desobrigamos de qualquer ressarcimento, de qualquer responsabilidade com possíveis efeitos colaterais imediatos ou futuros”, disse Bolsonaro.
E completou: “E daí, vocês vão tomar essa vacina? Porque, em chegando, havendo essa conclusão… porque começaram alguns países a vacinar… Eu vou mostrar todo o contrato para vocês. Quem tomar vai saber o que está tomando e daí as consequências”.
Presidente prevê “efeitos colaterais” de vacina
A fala foi feita quando o presidente conversava com seus apoiadores na chegada ao Palácio da Alvorada no início da noite de ontem. Bolsonaro também voltou a criticar as medidas de isolamento social adotadas pelas prefeituras e governos estaduais. “Se tiver um efeito colateral ou um problema qualquer já sabem que não vão cobrar de mim. Porque eu vou ser bem claro, ‘a vacina é essa’”, finalizou.
CoronaVac
Hoje de manhã, um carregamento com 600 litros da CoronaVac – vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac – chegou ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Os insumos são parte de um acordo do Sinovac com o Instituto Butantan. A vacina chinesa já está na fase 3 de testes em voluntários em São Paulo, e o esperado é que ela comece a ser produzida aqui no Brasil no próximo fim de semana.
Mas, as doses da CoronaVac só serão liberadas após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, disputas ideológicas envolvendo Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Dória, vem dificultando a possível distribuição da imunização. O Governo de São Paulo espera que o Ministério da Saúde libere uma verba para compra de doses da CoronaVac, mas já avisou que mesmo sem esse financiamento irá fazer a distribuição da vacina assim que tiver o aval da Anvisa.
Em pronunciamento, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse: “Será a primeira vacina disponível no Brasil. Com o financiamento do ministério ou sem o financiamento do ministério, essas 46 milhões de doses serão utilizadas muito rapidamente no início do próximo ano. Nós já temos acordo com diversos estados e confederações de municípios, então será feito. Espero que com apoio do ministério”. Bolsonaro ainda não se pronunciou a respeito da chegada do lote de insumos da CoronaVac.