Não é de hoje que os modelos tradicionais de trabalho vêm sendo questionados. Além da importância do trabalhador para a produção, seja de bens ou de serviços, muito se fala a respeito da carga de trabalho, que tradicionalmente é de 40 horas semanais, divididas em períodos de 8 horas por dia.
Para tentar rever esse regime de trabalho, o Autonomy, em parceria com professores das universidades de Cambridge e Oxford, na Inglaterra, e também da Boston College, nos EUA, está realizando um experimento.
A ideia é avaliar como é possível diminuir um dia de trabalho por semana, sem que isso afete o salário dos funcionários. Parece bom demais para ser verdade? Mas talvez não seja.
O experimento
Os testes começaram em junho deste ano, com 70 empresas britânicas dispostas a testar o novo modelo de trabalho com seus funcionários ao longo de quatro semanas. Durante todo esse período, os empregados receberam seus salários normalmente, mas trabalharam 80% da jornada habitual.
O objetivo é testar se a diminuição da carga de trabalho afeta a produtividade desses funcionários, que trabalham em diversas áreas, desde com o desenvolvimento de softwares até com o recrutamento de pessoal e atendimento ao público.
Aproximadamente 3 mil trabalhadores do Reino Unido se submeteram aos testes, que também são realizados, de forma mais modesta, em outros países, como na Irlanda, nos EUA, no Canadá, na Austrália e na Nova Zelândia. Portugal deve entrar para a lista em breve.
Resultados
Os funcionários envolvidos com o experimento estão felizes. Além de terem a noção de que precisam de mais foco durante os dias trabalhados, a fim de manter a produtividade, a ideia de um dia a mais de descanso parece valer mesmo a pena.
Conforme explicou a pesquisadora Juliet Schor, o movimento proposto é uma forma de mostrar aos empresários que existem algumas atividades simplesmente desnecessárias, que poderiam ser cortadas sem que isso afetasse a produtividade dos funcionários.
Para ela, o modelo rígido de trabalho atual não faz mais sentido, por isso as empresas que testam essa diminuição de carga horária percebem que a atividade continua igual, mas que os funcionários ficam muito mais felizes.
É claro que nem todos os setores podem se adaptar ao modelo proposto, como no caso dos profissionais de educação e saúde, mas, de modo geral, o saldo é bastante positivo e tem mostrado bons resultados na contratação de novos empregados.
Para os trabalhadores, o dia a mais de folga impacta positivamente a relação com a família, melhora a qualidade do sono e, inclusive, da saúde mental. Para conhecer melhor o projeto Autonomy e seus outros experimentos, clique aqui (site em inglês).